Há tempos em que sentimentos não positivos nos dominam. Normal. A vida é essa eterna montanha-russa e nós já havíamos sido avisados. E manter a esperança de que fases ruins passam nem sempre é uma coisa fácil. E aí precisamos ter algo que nos impulsione ou mesmo resgate desse poço espiritual.
Para alguns, é a fé religiosa. Para outros, uma pessoa. Para mim, o teatro, os filmes e o universo artístico/lúdico serve e sempre serviu como ponto de reencontro. É onde resgato meu interior. Me reencontro comigo mesma. Com meus sentimentos profundos. Com minha intensidade. Com minha criança. Com minha essência. Minha esperança. É quem me impulsiona a lembrar quem sou. Me traz de volta pro eixo.
E foi depois de um quase tratamento de choque nessa semana que lembrei disso. Gratidão aos envolvidos que me proporcionaram tratamento tão maravilhoso. Me sinto de volta ao corpo. ❤
Se você é dos meus e também se reconstrói e se reconhece por meio da arte, vou deixar abaixo o roteiro que segui – assistindo a 4 espetáculos no período de uma semana (e teve ainda uma coletiva no meio do caminho sendo a cereja do bolo – valeu vida por me fazer enveredar pelos caminhos jornalístico-blogueiros). Meu roteiro foi:
– Billy Elliot
Eu sei, é uma vergonha para uma amante de teatro musical que a essa altura do campeonato eu ainda não tivesse conferido a produção brasileira – mas aconteceu.
Se você não sabe nada sobre esse clássico, aqui vai uma palhinha: Billy é um menino inglês que decide trocar as luvas de boxe pelas sapatilhas de balé. As canções que ajudam a contar sua história de luta pelo sonho são de ninguém menos que Elton John e a época que a narrativa rola é a greve dos mineiros britânicos de 1984/1985. Ah, vale mencionar ainda que o espetáculo tem 10 anos em cartaz na Broadway e já arrematou 10 Tony Awards e 5 Olivier Awards.
Vale cada centavo investido. Cada quilômetro rodado até o teatro. Vale muito! Saí mais do que encantada. E foi um belo ponta-pé para meu começo de reabilitação humorística / emocional / espiritual. Ô delícia de peça, elenco e mensagens. 🙂
– Leonardo Neiva em Lírico – Pero no Mucho
Eu não conhecia de perto o trabalho do Leo Neiva mas acompanhava pelas redes e por amigos. Até que um belo dia o Gui (um amigo que divide a paixão pelos musicais) praticamente me obrigou a adquirir o ingresso para esse show com quase 2 meses de antecedência – visto que não poderíamos perdê-lo. Confesso que fiquei super intrigada e aceitei a imposição.
Não poderia ser mais grata a ele por essa iniciativa. Que show memorável! Que energia! Que voz! Que repertório! Que convidados! Que vibe!
Infelizmente a segunda contribuição artística dessa minha jornada foi uma apresentação única mas, o show pode ganhar novas datas então vale a pena ficar de olho no Instagram do Léo.
– O Fantasma da Ópera
Ok. Esse não é novidade. Eu já tinha ido. Mas é como assistir um filme que amamos: sempre faz bem. E lá fomos nós, novamente ao Teatro Renault, nos emocionar com a história de Christine, Raoul e do Fantasma mais maravilhoso do reino artístico. Me emociono e me apaixono e renovo minha fé na poesia e no amor com esse musical. E eles estenderam a temporada – corra se ainda não conferiu!
– Aparecida, o musical
Fechei a semana com a mama, como um presente pra ela. E acabei usufruindo do presente, tanto quanto. O musical Aparecida é de Walcyr Carrasco e conta a história da padroeira do Brasil de uma forma fofa, fiel e bem tocante. No dia que estivemos no teatro, a produção havia convidado especialmente Agnaldo Rayol para uma participação na peça, entoando o seu clássico “Ave Maria” para a plateia. Foi a cereja do bolo para minha mãe e ver os olhinhos dela brilhando de emoção e alegria, foi a cereja do bolo pra mim.
Vale destacar a minha paixão pelo balé desse musical: incrível! Assistam!
…
A semana terminou com meu coração remendado e minha fé restaurada. Minha energia encontrou o caminho de volta ao corpo e a gana de escrever me encheu novamente de entusiasmo. Agradeço não somente aos envolvidos nessa semana absolutamente mágica como a você leitor. Que foi parte fundamental para voltar a escrever. É saber que tem alguém aí me lendo, que também anima a rotina quando tudo fica nublado no reino das ideias. Obrigado e, até amanhã! :*
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