É tão estranho, os bons morrem jovens…..
Eu adiei o post que tinha programado pra hoje.
Pra falar de algo que está deixando meu coração apertado.
O que leva uma pessoa a cometer suicídio?
Posso até chatear alguns leitores (sorry!) mas, este é um desabafo meu.
O Mademoiselle é um blog pessoal e eu, assim como todos, passo por situações inevitáveis. Nesse cantinho eu mostro tudo que acredito dar sabor à vida. Mas a vida não é sempre doce…
Então, se você está sensível demais ou simplesmente não deseja ler sobre o assunto, volte amanhã, por favor. Hoje, eu quero e preciso aproveitar esse cantinho pra colocar um pouco desse sentimento contido pra fora.
A morte (vou chamar de dona M., ok?) anda me pregando inúmeras peças nos últimos tempos.
Levando pessoas queridas das mais diversas formas. E [quase] todas, não naturais.
Quando o tempo parece finalmente ganhar na batalha contra o sentimento ruim que fica depois de uma perda, a vida vem e me lembra que perdas são parte desse mesmo tempo. Nosso tempo de vida.
Durante a sua, você inevitavelmente irá se deparar com situações assim. Isso se já não se deparou.
Eu tive meu primeiro encontro com a dona M., quando tinha 14 anos. Uma amiga, do grupo de jovens que eu frequentava, faleceu de maneira súbita. Um ano e meio depois, perdi mais um colega, dessa vez do colégio, em uma viagem que, pra ele, não teve volta. Mais um ano se passou e perdi um amigo querido. Um anjo que eu tinha por perto, se foi em um acidente de carro.
Há dois anos, um câncer me tirou meu maior ponto de força. Minha fortaleza. Meu pai.
No ano passado, um querido colega de profissão, um mestre, se foi.
Levado pelas mãos, por um câncer.
O ano de 2011 já me deu uma porrada em janeiro. Outro colega de profissão, sucumbiu ao pior dos destinos: desistiu de viver.
Nesse final de semana, sua noiva, outra colega de profissão, se entregou a dor e foi.
Pelo mesmo caminho.
Na minha cabeça, passam cenas e mais cenas. E mesmo com tudo que eu acredito e com a força dos meus “anjos-amigos” por perto, não consigo conter as lágrimas.
Dói saber que não pude ajudar. Dói não entender como foi que chegaram a esse ponto.
O que faz uma pessoa chegar a esse ponto? Desistir de viver.
Julgar? Não posso.
Não tenho nem uma pequenina ideia de como deve ser a agonia sentida, no momento da decisão.
Acho mesmo que ninguém que não tenha chegado a esse ponto, pode saber.
Ela disse que ia encontrá-lo.
Eu não duvido disso.
Sim, eu acredito em amor além da vida.
Mas acredito também em covardia.
Não sei e provavelmente não descobrirei aqui, qual dessas duas coisas a levou.
Mas, prefiro acreditar no amor. Sempre. Mesmo que doa, mesmo com muitas cicatrizes, mesmo que as feridas se abram novamente. Ainda prefiro acreditar no amor.
Que todos esses meus anjos de luz que a dona M. levou recebam meu carinho e minha eterna saudade. SEMPRE.
8 Comments
Ro Malet
28 de março de 2011 at 21:16Ai eu sinto muito xuxu, deve doer muito mesmo e neste ultimos casos, além de doer chocar muito.
Mas vai entender mesmo a agonia pela qual eles passavam né?
Que Deus os tenha.
Beijos
Thaís Araújo
28 de março de 2011 at 21:55Realmente é uma coisa muito triste, flor! E acho que só quem realmente passa por isso sabe a dor que se passa!
Beijos.
consumisse.blogspot.com
@thaharaujo
Ana Carolina - Vila Trendy
28 de março de 2011 at 23:43O suicídio tem ou pode ter muitos pontos de vista! Mas do ponto de vista da pessoa que faz, seja por estar debilitada, deprimida, doente por vícios… com certeza ela não encontrou outra resposta a não ser essa! Beijos mil, muita luz na semana que entra!
Kammy - Comer, Blogar, Amar...
29 de março de 2011 at 00:07Que triste mta força
acho que pra pessoa desistir da vida ela deve estar profundamente doente… (seja doente de amor, de saudade, de tristeza) 🙁
mil beijinnhos
kammy
Mariane Martins Manso
29 de março de 2011 at 03:49querida, força porque iss o realmente nao é facil de encarar.
a dona M é forte e poderosa e age, mts vezes, na surdina.
força… estamos aqui pra isso
bjs
Milena F.
29 de março de 2011 at 14:13Muito triste quando pessoas próximas partem… faz parte da vida, nos dizem, mas eu não consigo entender (nem aceitar) o suicídio, mesmo tendo uma trajetória e tendo vivenciado casos de perto. Mesmo para nós, psicólogos, trata-se de um ato extremo.
Tânia Neves
29 de março de 2011 at 21:55Flor, eu convivi com essa dor na minha família, meu irmão suicidou aos 21 anos… Forte, saudável… Custei pra aceitar! Sofri e sofro até hj, depois de anos e anos… Pensava o qto ele estava desesperado pra fzr isso… Não dá pra falar aqui o que levou ele a isso, mas eu sei… Mtas pessoas falam ser covardia tirar a própria vida… Medo de enfrentar os problemas… Pode até ser, mas tb acho q quem faz isso é mto corajoso… Pq imagina? A pessoa vai lá fazer isso sabendo q não tem volta, que vai morrer? Tem q ter mta coragem! E acho q qdo a pessoa desanima de viver, não vê alegria em mais nada… sei lá! É triste demais…
Bjãooooooooo e vê se consegue ir no nosso encontro, vou adorar te conhecer pessoalmente!
Karine
31 de março de 2011 at 13:24Graças a Deus, na minha familia ainda não sinto falta de ninguem…
mas dois amigos meus cometeram suicidio
eu nao tive coragem de ir ao enterro de nenhum dos dois, eles até se conheciam, eram amigos…mas as drogas provocam alucinações
sou covarde nesse ponto
não tenho forças
graças a meu bom Deus, tenhos meus pais perto de mim e meus quatro avós, acho que só vou sentir saudade realmente quando minha familia começar a diminuir a partir deles sabe?
pq familia, pra mim, é diferente de parente, familia te liga no seu aniversário, liga pra perguntar como vc está, tem vc nas orações…entende?
amigos de verdade eu conto nos dedos, não sou de ser muito amiga de todo mundo, sou amiga de quem realmente gosta de mim, então, pouquissimas pessoas me fariam falta…
o blog é teu mas acabou que eu acabei desabafando né? rsrs
Sinto muito pela sua dor, mas a dona M. é cruel as vezes né? Familia não devia morrer nunca!
Beijos flor
fique com Deus