Diário Mademoiselle

Sobre amor-próprio em tempos de aparências

Dia desses conversava com uma amiga que está prestes a fazer 25. Ela me contava que está impossível emagrecer mas que precisava emagrecer acima de qualquer coisa, afinal estava ficando sem roupas. Olho para ela e vejo uma pessoa normal, nem gorda e nem magra. Bonita. Não mudou nem um grama desde dezembro do ano passado, quando começamos a conviver diariamente. Cansada após uma longa jornada de trabalho sim mas, alegre com boas novas já anunciadas. Fiquei um tempo em silêncio em um flashback só meu lembrando da minha transição para os 25. E da transição de várias amigas. Notei e fui obrigada a engolir o que minha mãe e amigas mais velhas sempre me disseram: os 25 são um marco para o corpo da mulher. Assim como tantas outras idades-marco, temos os 25. Lembro de ter perdido quase todas as minhas roupas nessa transição. De ter tentado (em vão pois isso definitivamente não é pra mim) fazer dieta. Voltei pra dança e intensifiquei a malhação. Até que, com a chegada dos 26, me vi num corpo que eu curti. Não, eu não emagreci um grama. Mas acho que com todo aquele exercício, fui jogando as coisas em seus devidos lugares no corpo. E voltei ao formato que eu gosto: cinturinha, pra compensar o quadril de brasileira nato. E fui notando que voltei a rotina de emagrecer quando quero. Engordar também. Aí vocês devem estar se perguntando: como? Comendo de tudo. Tendo uma relação de amor (não de paixão, nem de obsessão) com a comida. Comecei a comprar alimentos mais frescos e a cozinhar diariamente. Não larguei minhas delícias (nesse caso, o brigadeiro) mas mantive o equilíbrio. Aos 27 eu tenho certeza de que dieta é bullshit. O que vale é você parar e prestar atenção no seu corpo. Ver como ele reage. Como fica feliz. E é algo beeeem introspectivo isso pois não é pra almejar o corpo do coleguinha. Aos 27 eu entendi finalmente que isso de “quero o corpo dela” só serve pra vender roupa, revista, matrícula de academia e suplemento. Olhe pra você. Como é seu corpo? Descubra isso sem comparações e vai encontrar aí o fio condutor do seu estilo de vida e do amor às suas formas. 
E pra amiga que perdeu todas as roupas e tá querendo viver de detox eu disse: 
– A fase dos 25 aos 30 vai te mostrar que amar seu corpo é muito mais do que fazer dieta. Ele vai mudar assim como já mudou tantas vezes antes. Só que agora, essa mudança já te vê adulta, então não precisa ser um drama, como (provavelmente) foi na adolescência. Viver na negação, em busca do corpo photoshopado de outro alguém é viver dias de angústia e drama que não se recuperam lá na frente. Esses dias de drama e dieta, chorando pra entrar em roupas que não te servem poderiam ser melhor aproveitados sorrindo e entrando em roupas que te valorizam hoje. Que te fazem olhar no espelho e se gostar. E mais uma vez: isso não tem nada a ver com vestir 38 ou 46. Tem a ver com o seu olhar mais profundo, desprovido das lentes dos outros. 
Hoje eu amo muito meu corpo de 27. E acredito piamente que caminho pro meu ápice que como todos dizem, vem aos 30! 😉 
– Por um mundo em que envelhecer se amando e vivendo um dia de cada vez seja possível. ❤️

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4 Comments

  • Reply
    Kammy - Comer, Blogar, Amar...
    5 de agosto de 2015 at 21:06

    amei o post Caaaa
    to mudando um pouco a alimentação mas nao deixo nunca de comer uma gordice de vez enqdo rsrs

    bjos
    kammy
    Comer, Blogar & Amar | Meu Canal YT

  • Reply
    Camilla
    6 de agosto de 2015 at 10:45

    Que bom que gostou Kammy! Equilíbrio é tudo na vida! 🙂

    Beijinhos!

  • Reply
    .lívia.
    10 de agosto de 2015 at 01:06

    adorei o texto cami! acho que a gente tem que se cuidar sim claro, mas nao ser bitolada, acima de td temos que nos aceitar

    tofucolorido.com.br
    facebook.com/blogtofucolorido

  • Reply
    Camilla
    14 de agosto de 2015 at 19:06

    Verdade Li! <3

    Beijinhos!

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