Era quinta-feira, véspera de feriado prolongado e o relógio já apontava mais de 9 da noite. Ela havia marcado um encontro com um de seus melhores amigos, Andy, ao final do expediente. Ia entregar alguns chocolates para ele e aproveitariam para tomar um café e colocar um bucadim do papo em dia. Mas, ele atrasou e ela mergulhou na imensidão da livraria que fica ao lado do café. Ela já havia comprado outro livro novo, naquela mesma semana. Se prometera que, iria tirar aqueles feriados para si, lendo boas histórias, viajando para outros lugares, descansando o corpo que andava bem mal-tratado pela correria e stress e ansiedade. É, ela amava morar numa grande cidade mas nunca quis tanto se esconder em um pequeno vilarejo distante. E como sempre, foi atrás de uma das formas mais baratas, relaxantes e deliciosas de viajar: foi atrás de livros novos.
A dupla adquirida era daquelas de peso: um com crônicas do cotidiano, escrito por um de seus autores favoritos. Outro com uma história promissora de belas imagens para sua imaginação.
Ela estava radiante. Mal poderia esperar para chegar em casa, debruçar-se sobre eles e deverá-los coma a ânsia de um retirante ao ver água. É, ela estava sedenta de novas histórias. Novas viagens. Novas companhias. Novos “uhs” e “ahs” que só um bom livro proporciona.
Comprou-os, guardou-os com cuidado na delicada sacolinha de papel que lhe deram na livraria e foi encontrar-se com Andy. Metade da conversa deles naquele dia, foi sobre os livros. Ela estava empolgadíssima. Mais até do que imaginava, a principio.
Só se deu conta quando entrou no ônibus a caminho de casa e sem querer esperar, pegou as crônicas e mergulhou. Nesse dia ela perdeu o ponto, a hora, a cabeça – voltando para casa.
Mas encontrou uma paz que há tempos não sabia onde estava escondida.
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